Dia da tal "gravação do tape". Já combinado, quase meia-noite, passei na casa da Elis e fomos para a TV Gaúcha, no morro de Santa Tereza, ela, sua mãe e eu. Meu Deus do céu, quanta novidade. Andamos por corredores e labirintos que não tinham fim, até chegarmos a uma porta enorme, com visores. Era o "Stúdio 1". Abre-se a porta, escuto o som de piano, baixo, bateria e guitarra. Quando a música terminou: - Pessoal, este é o Luiz Mauro !, disse a Elis. - Diante de mim, o Mutinho (baterista que conheci na casa dela), Adão Pinheiro (piano), Ciganinho (guitarra) e o Sadi (baixo). Juntos formavam o "Conjunto Flamboyan". Pra meu maior espanto, me levaram até uma saleta com espelhos, onde um camarada (pena não lembrar seu nome) me passou creme no rosto, pra evitar brilhos durante a gravação. De volta ao stúdio, sentei ao lado de um moço, num "praticável". Depois de revelar a ele sobre meu estado nervoso, perguntei sobre as pessoas que estavam por ali. O apresentador Sérgio Reis, a apresentadora Marilice Leopar, o cantor Edgar Pozzer, o cantor Guilherme Braga, a cantora Érica Norimar, este moço que estava ao meu lado, compositor e cantor Luiz Henrique, que na época, fez sucesso com a música "Se amor é isso", gravada pelo conjunto melódico de Norberto Baldauf. Uma campainha, uma voz gritando "Silêncio no stúdio !", "Gravando !". Os apresentadores foram chamando os cantores até que chegou a minha vez. Meu Deus, como eu tremia. - Sérgio Reis, com o meu violão nas mãos, sentado num banquinho alto, esboça um acorde qualquer, dá um sorriso e diz: - Não, senhoras e senhores. Este violão não é meu. Pertence a um jovem cantor e compositor, que veio até nós, trazido pelas mãos de Elis Regina. Seu nome: LUIZ MAURO ! - Pára tudo, ele me devolve o violão e EU sento no banquinho (tremendo, é claro). "Gravando !" ... e cantei uma das minhas composições. Depois disso é feita uma montagem, uma superposição de imagens e no domingo, lá estava eu na casa de um vizinho (a gente não tinha televisão ainda), assistindo ao programa "Sempre aos domingos", na TV Gaúcha. Me confesso emocionado, ao digitar este texto. - Foi mais ou menos assim, que passei a fazer parte deste mundo maravilhoso da música, que tanta coisa boa me trouxe.
15 abril 2006
Dia da tal "gravação do tape". Já combinado, quase meia-noite, passei na casa da Elis e fomos para a TV Gaúcha, no morro de Santa Tereza, ela, sua mãe e eu. Meu Deus do céu, quanta novidade. Andamos por corredores e labirintos que não tinham fim, até chegarmos a uma porta enorme, com visores. Era o "Stúdio 1". Abre-se a porta, escuto o som de piano, baixo, bateria e guitarra. Quando a música terminou: - Pessoal, este é o Luiz Mauro !, disse a Elis. - Diante de mim, o Mutinho (baterista que conheci na casa dela), Adão Pinheiro (piano), Ciganinho (guitarra) e o Sadi (baixo). Juntos formavam o "Conjunto Flamboyan". Pra meu maior espanto, me levaram até uma saleta com espelhos, onde um camarada (pena não lembrar seu nome) me passou creme no rosto, pra evitar brilhos durante a gravação. De volta ao stúdio, sentei ao lado de um moço, num "praticável". Depois de revelar a ele sobre meu estado nervoso, perguntei sobre as pessoas que estavam por ali. O apresentador Sérgio Reis, a apresentadora Marilice Leopar, o cantor Edgar Pozzer, o cantor Guilherme Braga, a cantora Érica Norimar, este moço que estava ao meu lado, compositor e cantor Luiz Henrique, que na época, fez sucesso com a música "Se amor é isso", gravada pelo conjunto melódico de Norberto Baldauf. Uma campainha, uma voz gritando "Silêncio no stúdio !", "Gravando !". Os apresentadores foram chamando os cantores até que chegou a minha vez. Meu Deus, como eu tremia. - Sérgio Reis, com o meu violão nas mãos, sentado num banquinho alto, esboça um acorde qualquer, dá um sorriso e diz: - Não, senhoras e senhores. Este violão não é meu. Pertence a um jovem cantor e compositor, que veio até nós, trazido pelas mãos de Elis Regina. Seu nome: LUIZ MAURO ! - Pára tudo, ele me devolve o violão e EU sento no banquinho (tremendo, é claro). "Gravando !" ... e cantei uma das minhas composições. Depois disso é feita uma montagem, uma superposição de imagens e no domingo, lá estava eu na casa de um vizinho (a gente não tinha televisão ainda), assistindo ao programa "Sempre aos domingos", na TV Gaúcha. Me confesso emocionado, ao digitar este texto. - Foi mais ou menos assim, que passei a fazer parte deste mundo maravilhoso da música, que tanta coisa boa me trouxe.
1 Comments:
ESTIMADO LUIZ MAURO.
Sou conhecedor destes momentos iníciais de tua vida artistica. Prevíamos, todos, um grande futuro para ti, quer como compositor, músico ou cantor. Quiz o destino, que a vida te levasse para um outro lado, sonegando-nos o prazer de te ver um profissional da música, pleno e realizado. São os mistérios da vida, mano. Porém, não lamentes o leite derramado. Ter duas músicas gravadas por Elis Regina, é uma benção de Deus. É coisa divina que deve te orgulhar. E para compensar o teu sonho e frustação, Deus ordenou que
tua querida esposa, Neiva, concebesse e batizasse teu filho com o teu próprio nome e que ele
se tornasse com o "andar da carreta",um dos músicos mais destacados deste Estado.
"Deus não joga, mas fiscaliza" como diria, se vivo estivesse, o saudoso radialista, Mendez Ribeiro.
Glênio Reis
PS: mas, esta já é outra história, não?
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